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A disciplina da adoração - parte 2

  • Aline Ribeiro SiIlva
  • 12 de nov. de 2015
  • 5 min de leitura

"Adorai ao Senhor na beleza da santidade; tremei diante dele toda a terra".

Salmo 96:9

No post da semana passada, começamos a falar sobre alguns aspectos da adoração, com base no livro Celebração da disciplina: o caminho do crescimento espiritual, de Richard J. Foster. Pudemos chegar a algumas conclusões interessantes. Primeiro, Deus nos atrai para a adoração: são a experiência e a vivência na sua maravilhosa presença que nos inspiram a adorar. Adorar, então, se torna uma necessidade, uma reação incontrolável ao amor de Deus demosntrado por nós. Em seguida, vimos que ao nos aproximarmos da presença de Deus e da luz de sua santidade para o adorar, todos os nossos erros são expostos e iluminados, de forma que podemos ser corrigidos pelo Senhor: a adoração nos melhora. Em terceiro lugar, nos lembramos da expectativa dos hebreus no deserto diante do tabernáculo. Todos sabiam que algo maravilhoso aconteceria no momento da adoração. E percebemos que precisamos resgatar essa expectativa, a certeza de que Jesus vai operar maravilhas em meio aos louvores, onde ele habita. E finalmente entendemos que a dança também pode ser uma expressão de adoração coletiva, em que todo o Corpo se junta para louvar ao Senhor e adorar seu nome. (Você também pode rever esse post clicando aqui).


Mas ainda faltou uma coisa importante. Começamos esse estudo dizendo que a adoração é uma disciplina espiritual, e que as disciplinas são ações que tomamos para a edificação pessoal e do Corpo. Enfim, para o crescimento espiritual. E o que faremos agora é isso, refletir sobre como praticar a adoração.


O princípio é ouvir o chamado de Deus e estar atento às suas ações de amor e graça em todos os instantes. Para isso é necessário que busquemos o sossego, o silêncio, a paz em nossa alma, para que os ruídos do dia-a-dia não nos impeçam de ouvir o Senhor. Claro que vamos continuar trabalhando, estudando, cuidando dos afazeres domésticos, ensaiando, indo às aulas de dança... Mas se nos perdermos nesse emaranhado de afazeres, nunca haverá tempo para ouvir a Deus. Por isso mesmo, buscar o silêncio da alma, a paz e quietude, nos ajudarão a permanecer em nossas atividades e ter sempre nosso coração elevado à presença de Deus. "Orai sem cessar", como nos ensina Paulo em I Tessalonicenses 5:17. Fazer análises do nosso comportamento também pode ajudar. Isso nos permitirá perceber se estamos ou não mantendo a harmonia com o Senhor. Mesmo no escritório, na hora do almoço, pare um minuto e pense "Como estou hoje, Senhor? Permita-me chegar à tua luz para ver melhor". Então vamos ver que aquela agressividade no trânsito de manhã, ou a resposta seca para o estagiário logo cedo, não foram atitudes que agradaram ao Senhor. Assim, haverá confissão, perdão, restauração. E então poderemos viver segundo o Espírito, e não segundo a carne.



Louvar é outro caminho para a adoração. E as linguagens do louvor são muitas: dançar, cantar, gritar, tocar, pular. O sacrifício de louvor é um princípio da Nova Aliança, e o vemos na Bíblia quando Pedro e João saem do sinédrio sangrando com as chibatadas, mas louvando (Atos 5). Quando Paulo e Silas estão presos, mas louvando (Atos 16). O louvor favorece a provocação emocional, o desenvolvimento das emoções para a adoração, porque a adoração puramente racional é insuficiente. Os afetos fazem parte da personalidade humana e assim deve ser nosso relacionamento com o Senhor: racional e consciente, mas regado de alegrias e amores. As artes conduzem-nos ao louvor, porque criam um ambiente para a expressão das nossas emoções. E eu vejo um papel especial da dança aí.

"A Bíblia descreve a adoração em termos corporais. O significado da raiz da palavra hebraica que traduzimos por 'adoração' é 'prostrar'. O verbo 'abençoar' significa literalmente 'ajoelhar'. 'Ação de graças' refere-se a 'estender as mãos'. Por toda a Escritura, encontramos uma variedade de posturas físicas vinculadas à adoração: prostrar-se, ficar em pé, ajoelhar-se, levantar as mãos, bater palmas, levantar a cabeça, abaixar a cabeça, dançar, vestir-se com pano de saco e cobrir-se de cinzas. Portanto, devemos oferecer nosso corpo a Deus, bem como todo o resto de nosso ser. A adoração é essencialmente corporal".


Trecho lindo do livro que estamos observando (e que me lembra do primeiro post do nosso blog). Na adoração, o nosso corpo assume uma postura coerente com o nosso espírito. O corpo livre adora e expressa adoração. Muitos podem fazer objeções, dizendo que as pessoas se comportam de maneiras diferentes, que alguns são mais quietos. Mas é claro e cristalino que o mover de Deus nos convidando a adorar é impetuoso e que ele espera uma adoração com todo o entusiasmo. Claro que o nosso silêncio também pode demonstrar adoração, e que alguém com o coração contrito diante do Senhor pode permanecer calado, com os olhos fechados e marejados. Claro que as pessoas podem pular e gritar e não haver nenhuma adoração nisso. O que precisamos buscar é a liberdade plena dada a nós por Jesus, liberdade inclusive do corpo e das barreiras que nossa mente nos coloca quanto a quê os outros vão pensar de nós, se nos virem pulando assim. Liberdade para adorar conforme o Espírito Santo demandar, sempre cientes do que estamos oferecendo, sem escândalos ou heresias.


Finalmente, quero listar alguns passos para a adoração. É adorando que aprendemos a adorar. Então vamos à prática.


1) Pratique a presença de Deus diariamente: um sussurro de louvor, uma demonstração de gratidão, oração, meditação na Palavra. Tudo isso nos aproximará de Deus e aumentará nossa fé e expectativas para o momento da adoração comunitária na igreja.


2) Procure viver diversas experiências de adoração: sozinho, em grupo, nas dificuldades, na bonança. Essas experiências vão nos deixar cada vez mais confiantes e livres na presença de Deus.


3) Descubra formas de se preparar para a experiência de adoração comunitária: um exame pessoal, um período de oração ou deixar de lado as distrações e a euforia do jogo de futebol antes do culto, por exemplo.


4) Mantenha a boa disposição de se reunir no poder do Senhor: deixe de lado as preocupações e compromissos. Quando começar o louvor, esqueça todo o resto e busque a comunhão com os irmãos.


5) Cultive uma dependência santa: autoexplicativo. Sejamos dependentes de Deus em tudo, todo o tempo.


6) Absorva com gratidão as distrações: aquela criança chorando, a corda desafinada do violão, a moto com escapamento aberto que passa na rua, o som mal regulado, a microfonia. Não encha seu coração com murmurações, mas agradeça a Deus pela saúde da criança, porque ele levantou um violonista para a igreja, porque temos liberdade para nos reunir publicamente em um edifício aberto, porque a igreja tem equipamento de som. E se possível, depois do culto, colabore para melhorar os itens que podem incomodar, tanto a você quanto aos outros irmãos. Não se distraia.


7) Aprenda a oferecer um sacrifício de louvor: mesmo não estando "no clima", mesmo com sono. Precisamos permanecer na comunhão da adoração, porque mesmo sentados no banco da igreja, se não estivermos em comunhão, ainda assim seremos como brasas fora do fogo, propensas a apagar. Esteja sempre em meio ao calor.


A adoração verdadeira vai frutificar. Será transformada em mudança na nossa vida, em arrependimento e correção. Será como um combustível para guerrearmos contra os poderes demoníacos, será obediêcia santa que nos capacita a ouvir o chamado de Deus e responder "Eis-me aqui".


E então, depois disso, estaremos aptos a vestir as sapatilhas. Não que sejamos merecedores, porque nosso esforço não nos torna dignos de nada. Mas estaremos mais juntinhos de Deus, na sintonia da adoração e na direção do Espírito Santo.


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